Pular para o conteúdo

Maria Alice potencializa poesia de Paulo Simões na 7a FLIB – Por Rodrigo Teixeira

Letra de música é poesia ou poesia pode se transformar em enredos musicais? No caso de Paulo Simões, tanto faz. O “carioca sul-mato-grossense” ultrapassa barreiras artísticas com um obra profunda construída em mais de 5 décadas de carreira que o coloca no panorama nacional como um dos principais compositores da atualidade. É o que fica comprovado no show “Maria Alice Canta Paulo Simões”, realizado na noite de quinta (06/07) na Praça da Liberdade, na Feira Literária de Bonito (FLIB). A cantora trouxe para o evento o seu concerto dedicado ao compositor, que completou 70 anos em 2022 e desde do final da década de 1960 vem se mantendo na vanguarda da música sul-mato-grossense.

O show de Maria Alice contou com um repertório de 14 canções e uma banda de apoio que exímios instrumentistas, gerando um momento de alto nível musical no segundo dia de programação da feira literária. A formação do grupo acompanhante teve os músicos Renan Nonato (sanfona), Pedro Ortale (violão 7), João Pedro Ortale (bateria), Luciano Sá (baixo), Gílson Espíndola (vocais) e Gabriel de Andrade (guitarra e violão), este último assinando a direção do concerto. O show seguiu o repertório do disco homônimo de Maria Alice, assim como os arranjos da banda, que estava especialmente inspirada, atingindo picos de solos e improvisos que só se consegue depois de algum tempo realizando o mesmo show.

Maria Alice estava segura nos vocais, atingindo notas agudas e uma segurança na condução das canções. Se comunicou bem com o público presente e ressaltou o objetivo do seu projeto que é possibilitar o acesso a obra de Paulo Simões. O repertório escolhido pela cantora favorece as canções mais “Lado B” do compositor, já que alguns dos clássicos mais conhecidos não estão presentes, como “Trem do Pantanal” e “Comitiva Esperança”. O público pareceu não se importar e embarcou com Maria Alice em um concerto raro e de extrema importância. Durante o espetáculo fica evidente a grande magnitude de Paulo Simões e o seu estilo cinematográfico de escrever, criando cenas poderosas que espelham este canto do Brasil e o jeito de ser sul-mato-grossense. Maria Alice comprova neste espetáculo que ela é atualmente a principal intérprete da música regional universal de Mato Grosso do Sul.