Frequentador de sebos, ele pontuou que oficinas em feira literária foram fundamentais

Geovani Martins é um dos nomes mais promissores da atual geração de escritores brasileiros. Sua presença lotou o Lounge das Letras durante a oitava edição da Feira Literária de Bonito, na última sexta (5). 

Nascido em Bangu, no Rio de Janeiro, o jovem que já trabalhou como “homem-placa”, atendente de lanchonete e de barraca de praia, descobriu participando de oficinas em uma feira literária que fazer literatura era um caminho possível. 

Em 2018, ele lançou seu primeiro livro”O Sol na Cabeça”, que traz 11 contos com histórias da infância e da adolescência de moradores de favelas. O sucesso foi tanto que a obra está sendo adaptada como série e ganhou edições em dez territórios, por casas prestigiosas como Farrar, Straus and Giroux, Faber & Faber, Gallimard, Suhrkamp e Mondadori.

Para a FLIB, em uma conversa conduzida por Marcelle Saboya, mediadora do grupo Leituras de Macondo, eles debateram sobre a mais nova obra de Martins, o romance Via Ápia. A ficção trata das histórias de cinco personagens que se desenrolam e convergem a partir dos impactos da instalação de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) na favela da Rocinha. Na trama é possível ver os efeitos perversos da guerra às drogas, como a violência de estado, por exemplo.  “Via Ápia é uma história de fronteiras marginalizadas e o que une as favelas, ao contrário do que se pensa não é a pobreza, mas sim o trabalho precarizado”, pontuou.

Ele destacou que cada vez mais as pessoas têm se interessado em histórias como essas e que acredita que, ele, ao lado de outros escritores como Jeferson Tenório por exemplo, tem ajudado a trazer realidades diversas para os leitores. 

Instrumento – Geovani acredita que a literatura pode transformar a vida das pessoas. Ele mesmo pontua que sua vida foi salva pela literatura, ao crescer frequentando sebos e lendo clássicos. Mais do que isso, como escritor, ele pontua que assim como a vida dele foi salva pelos livros, hoje ele também é instrumento disso, atuando na transformação dos leitores.

Além disso, ele lembra que eventos como feiras literárias podem fazer toda a diferença; Em 2013 e 2015, sua participação na Festa Literária das Periferias, a FLUP, mudou por completo sua rota de vida. “Foi ali que conheci autores vivos, pessoas que escreviam e com as quais eu podia falar. Percebi que tudo podia ser literatura e que o livro, se pode ser uma ferramenta para oprimir, devia também servir para emancipar”, pontuou. 

Geovani prepara agora o lançamento de um terceiro livro. 

Crédito: Elis Regina

Sobre a Feira – A programação da Feira Literária de Bonito é aberta a todos os públicos e 100% gratuita. Ela é realizada pelo Instituto Ímole, organizada pela Bolt Realizações e com o patrocínio do Governo Federal, Ministério da Cultura, copatrocínio da Caixa Econômica Federal. Além disso, a feira conta com apoio do Governo de Mato Grosso do Sul; Sistema Fecomércio; Sesc MS; deputado federal Vander Loubet por meio de emenda parlamentar; Prefeitura Municipal de Bonito; Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio de Bonito; Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul; Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc) e Zoom Publicidade.

Confira a programação completa, acessando https://flibonito.com/programacao/ .

Serviço

Feira Literária de Bonito – FLIB 2024

quando: de 3 a 6 de julho, das 10 às 22h

onde: Praça da Liberdade, Bonito (MS) – R. Luís da Costa Leite, s/n

Programação gratuita e aberta ao público

A programação completa está disponível no site https://flibonito.com.

Toda a programação da Feira Literária de Bonito é gratuita. Para conferir na íntegra, acesse https://flibonito.com/programacao

Evelise Couto, assessoria de imprensa FLIB

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