Oficinas da FLIB unem quadrinhos, jornalismo e literatura insólita no Pavilhão das Letras

Atividades práticas mostraram que contar histórias vai muito além da técnica e do estilo

Fred Hildebrand conduz sua oficina de quadrinhos. (foto: Luana Chadid)

A programação da 9ª Feira Literária de Bonito (FLIB) segue movimentando o Pavilhão das Letras com oficinas que conectam diferentes linguagens artísticas e revelam novas formas de pensar a literatura. Nesta quinta-feira (18), duas atividades chamaram a atenção do público: a oficina “Técnicas para fazer quadrinhos e mangás”, ministrada pelo quadrinista Fred Hildebrand, e a oficina “Anatomia do insólito na escrita de mulheres na América Latina”, com a escritora Tânia Souza.

Na quarta-feira (17), também no Pavilhão das Letras, a quadrinista Marina Duarte conduziu a oficina “Jornal da escola em quadrinhos”, reunindo estudantes do Instituto Federal em um exercício coletivo de produção de um fanzine.

No espaço dedicado às histórias em quadrinhos, Fred Hildebrand apresentou os elementos básicos de uma página – quadros, balões, sarjetas e onomatopeias – e destacou que a linguagem não exige um traço perfeito, mas clareza narrativa. “O quadrinho independe do estilo de desenho. Você pode começar com o que tem e, a partir daí, pensar a narrativa. Mais do que desenhar bem, é preciso organizar a cena para que o leitor compreenda a história”, explicou. A oficina incluiu exercícios práticos, em que os participantes criaram tiras baseadas em vivências pessoais e trabalharam com um roteiro do personagem Homem Grilo.

Já a escritora Tânia Souza trouxe um mergulho no universo do insólito latino-americano, com destaque para autoras do Equador, Argentina e Bolívia. A proposta foi discutir o “novo boom” do chamado gótico tropical e sua relação com o corpo e o universo feminino. “O texto insólito rompe com o normal e permite que venham à tona angústias sociais, violências e medos muitas vezes silenciados. Não é uma literatura de fuga, mas de questionamento da realidade”, afirmou. Além da parte teórica, os participantes produziram contos, crônicas e poemas, alguns deles já apresentados em sala.

Na oficina de jornalismo em quadrinhos, Marina Duarte apresentou aos estudantes o conceito de narrar fatos e críticas sociais por meio das HQs. Divididos em grupos, eles produziram matérias e charges que resultaram em um jornal escolar coletivo. “Foi surpreendente ver como eles entenderam rápido a dinâmica, dividiram funções entre roteiro, desenho e edição, e criaram trabalhos muito consistentes. Muitos saíram da oficina com vontade de assumir que gostam de quadrinhos e querem produzir nessa linguagem”, destacou a quadrinista.

As oficinas reforçam o papel da FLIB como espaço de experimentação e formação de novos leitores e autores, valorizando tanto a tradição quanto as inovações na produção literária contemporânea.

Sobre a FLIB

A Feira Literária de Bonito está em sua nona edição, acontece entre os dias 17 e 21 de setembro, na Praça da Liberdade, que será palco da programação oficial do evento, reunindo escritores, editoras, estudantes e leitores em uma grande celebração da literatura em suas diversas formas.

O evento é uma realização do Instituto Ìmòlé com apoio da Prefeitura Municipal de Bonito, do deputado federal Vander Loubet, do Ministério da Cultura e do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, além de instituições culturais e empresas parceiras como Sanesul, Energisa, Banco do Brasil e Empresa Gestora de Ativos – Emgea. O projeto foi contemplado pelo Plano Nacional Aldir Blanc – PNAB, por meio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. Desde a publicação do decreto lei estadual nº 6457 de 11 de agosto de 2025, o evento integra o Calendário Oficial de Eventos do Estado de Mato Grosso do Sul.

A programação completa está disponível em https://flibonito.com/programacao-2025/ 

texto: Ecoai Comunicação