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Hélio Serejo: A voz da cultura sul-mato-grossense

Nascido em Nioaque, a vida de Hélio Serejo foi tecida com a riqueza das experiências sul-mato-grossenses. Sua obra multifacetada, que abraça contos, poemas, e artigos, é um testemunho vivo da cultura e da história dessa região. Ao ser homenageado na 15ª edição do Festival América do Sul Pantanal, seu legado resplandece como uma chama que ilumina os caminhos da literatura sul-mato-grossense.

Desde tenra idade, Serejo absorveu os ritmos e nuances da vida na fronteira. Seus primeiros passos literários foram dados entre os campos de erva-mate, onde, desde os 14 anos, trabalhava na fazenda do pai. Ali, cada folha de caderno era um testemunho, cada palavra, um tributo à cultura que o cercava. O jovem Serejo logo despontou como um talento promissor, enviando seus escritos para revistas do Rio de Janeiro e conquistando reconhecimento em concursos literários.

A vida de Serejo foi marcada por uma jornada de aprendizado e serviço. Aos 17 anos, ingressou no 3º Regimento de Infantaria, sonhando em construir pontes que ligassem não apenas terras, mas também corações. Porém, os desígnios do destino o conduziram por caminhos inesperados. Envolvido na turbulência política da época, foi preso durante a Intentona Comunista, sofrendo injustiças e privações. No entanto, mesmo diante das adversidades, sua chama criativa nunca se apagou.

Serejo deixou uma marca indelével na paisagem literária de Mato Grosso do Sul. Seus mais de 60 livros são testemunhos vívidos de sua paixão pela cultura, pela história e pelas pessoas da região. De “Tribos Revoltadas” a “Rodeio da Saudade”, suas obras são como janelas que se abrem para um mundo rico em tradições e em histórias de vida.

Além de seu legado literário, Serejo foi também um cidadão engajado, servindo em diversas profissões e sendo membro de várias instituições culturais e acadêmicas. Sua contribuição para o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, a Academia Sul-Mato-Grossense de Letras e outras instituições, tanto nacionais quanto estrangeiras, é um reflexo do seu compromisso com a preservação e promoção da cultura.

Hélio Serejo partiu em 2007, mas sua voz ressoa ainda hoje nas páginas de seus livros, na memória daqueles que o conheceram e no coração daqueles que amam a cultura sul-mato-grossense. Que sua obra continue a inspirar e a enriquecer as gerações vindouras, como um tributo perene ao espírito indômito e à alma generosa de um verdadeiro filho da terra.

Este texto presta uma homenagem sincera a Hélio Serejo, cuja vida e obra são uma celebração da riqueza cultural de Mato Grosso do Sul. Que seu legado continue a iluminar os horizontes da literatura e da cultura brasileira.