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Daniel Galera

O autor do livro “A Morte e o Meteoro” traz à FLIB, através desta obra, a discussão da atualidade e nela, prevalece o sentimento do desastre, seja social, político ou ambiental. Joca Reiners Terron surge como um dos autores mais significativos da contemporaneidade.
Nasceu em Cuiabá, vive em São Paulo, Joca Reiners Terron é poeta, prosador e designer gráfico. Foi editor da Ciência do Acidente, pela qual publicou o romance Não há nada lá e o livro de poemas Animal anônimo. É autor também dos volumes de contos Hotel Hell, Curva de rio sujo e Sonho interrompido por guilhotina. Dele, a Companhia das Letras publicou Do fundo do poço se vê a lua, vencedor do prêmio Machado de Assis na categoria melhor romance.
E, como uma das principais características da literatura brasileira contemporânea é o ponto de vista da catástrofe, ficou no passado a “consciência amena do atraso”, adotada pelos modernistas da Semana de 1922 e pelos autores do romance nordestino de 1930. O ideal positivo de superar o atraso deu lugar ao pessimismo em relação ao progresso o que fica nítido no livro “A Morte e o Meteoro” (2019), escrito e publicado antes da pandemia da covid-19. Uma narrativa sofisticada e densa conta uma história futurista, porém assentada na realidade do presente brasileiro e mundial. O livro imagina a história de indígenas isolados na Amazônia que têm de ser exilados no México. Motivo: a floresta já foi totalmente destruída, e eles não têm mais o que comer, ficando até sem matéria-prima para seus remédios.
Direito a ter direito ao livro

“A FLIB, nessa 7ª edição, tem como repertório retomar uma questão presente desde a formação da literatura brasileira. Que natureza está ali representada? Que leitura fazemos do seu papel na cultura e no nosso cotidiano? Como nos posicionamos diante de seus valores vitais? Se a literatura é, de fato, um direito, como se dá o acesso à ela?”, disse a curadora da FLIB, professora doutora Maria Adélia Menegazzo.

O direito à literatura não se dissocia do direito à fabulação, por isso ler e contar histórias é uma prática libertadora, que permite acessar outros mundos, outras gentes, outras culturas, e com elas interagir. Decorre daí, o direito ao livro, às bibliotecas e à bibliodiversidade. A parceria da Secretaria de Educação do Município de Bonito tem sido fundamental para que essa formação leitora se concretize, garantindo a presença das escolas nos quatro dias de atividades.
Para repetir o sucesso das edições anteriores, a FLIB contará com a presença de aproximadamente 40 escritores, entre nacionais e locais; oficinas de criação literária e de formação leitora; mesas de discussão; palestras e espetáculos de teatro, cinema e música. O fomento à economia do livro terá espaço reservado, com a presença de editoras e livrarias, completando-se a relação autor-livro-leitor.

A FLIB este ano terá uma programação muito especial com atividades na Praça da Liberdade, shows, teatro, grupos musicais e performáticos, grupos musicais e performáticos, oficinas de formação, oficinas de criação, contadores de histórias, oficinas, jogos interativos, mostra de cinema FLIB. A organização do evento prepara uma divulgação que envolve as escolas, educadores, comunidade do município, dos produtores e produtoras culturais, autoridades, pesquisadores, jornalistas, acadêmicos.