Solenidade na Praça da Liberdade reforçou o papel da FLIB na formação de leitores

A 9ª Feira Literária de Bonito (FLIB) foi aberta oficialmente nesta quarta-feira (17), na Praça da Liberdade, diante de um público formado por estudantes, professores, escritores e moradores da cidade. A solenidade marcou o início de cinco dias dedicados à literatura e teve como destaque a entrega dos prêmios do 3º Concurso de Redação, que revelou a força criativa dos jovens autores de Bonito.
Na abertura, a curadora da FLIB, Maria Adélia Menegazzo, destacou que a feira já se tornou parte do imaginário coletivo da cidade e cumpre papel estratégico na valorização da leitura e da cadeia do livro em Mato Grosso do Sul. “A feira literária leva a literatura para perto do público, tornando o acesso ao livro mais fácil, e ao mesmo tempo fortalece o trabalho de editoras, designers, gráficas e escritores. Há três anos, o concurso de redação também faz parte desse projeto pedagógico, incentivando que crianças e adolescentes experimentem a escrita e, quem sabe, se tornem os futuros autores da região. Hoje já temos uma geração inteira de ‘flibinhos’ que cresceu junto com a feira.”
A secretária municipal de Educação e Cultura, Eliana Fregatto, afirmou que o evento é um verdadeiro presente para Bonito. “Estamos celebrando a nona edição de um encontro que valoriza a imaginação, a palavra e o conhecimento. Nossos estudantes e educadores saem daqui transformados, levando para casa tudo o que vivenciam na praça. Agradecemos o apoio de toda a comunidade escolar, das famílias, dos colaboradores e patrocinadores, além do nosso prefeito Josmail Rodrigues, que nos dá as condições para realizar essa festa da literatura.”
O diretor do Departamento de Cultura e Juventude da Prefeitura, Lelo Marchi, ressaltou a dimensão simbólica do livro para a identidade local. “Cada página que lemos nos constrói. São os livros que registram a nossa história, que preservam aquilo que vivemos e também aquilo que ainda vamos escrever. A literatura é memória, mas também é futuro.”
A representante do Ministério da Cultura em Mato Grosso do Sul, Caroline Garcia, enfatizou o apoio federal e a importância das políticas públicas de fomento.“Estar aqui em Bonito, participando da 9ª edição da FLIB, é testemunhar a força transformadora da literatura. A feira mostra como o livro pode estar no centro da vida comunitária, conectando crianças, jovens, educadores e toda a população. Para o Ministério da Cultura, é motivo de orgulho apoiar um evento que promove inclusão, diversidade e cidadania por meio da leitura e da escrita. Cada obra compartilhada aqui representa também um investimento no futuro do nosso país, porque formar leitores é formar cidadãos críticos, criativos e conscientes.”
O idealizador da feira, Carlos Porto, lembrou o caminho percorrido até aqui e lançou um olhar para o futuro: “Nove anos atrás parecia uma loucura falar em uma feira literária em Bonito. Hoje, a cidade abraça esse projeto, que é construído por muitas mãos. Cada edição é um recomeço e já estamos preparando a décima, em 2026, quando celebraremos uma década de história da FLIB.”
Já a vice-prefeita de Bonito, Juliana Salvadori, ressaltou a importância da feira dentro do calendário de eventos do município. “A FLIB é mais do que um evento no nosso calendário cultural: é uma oportunidade de transformar vidas. Quando vemos nossas crianças participando das oficinas, explorando o Pavilhão das Letras ou subindo ao palco para receber prêmios por suas próprias histórias, entendemos a dimensão do que estamos construindo. A feira semeia conhecimento, autoestima e pertencimento, e deixa marcas que acompanham esses jovens para sempre. É um orgulho para Bonito ver a cidade reconhecida não apenas por sua beleza natural, mas também como território de cultura e literatura.”
Premiações – A abertura também foi marcada pela entrega dos prêmios do 3º Concurso de Redação, que teve como tema “Literatura: a autoria, a arte, a vida”. O concurso envolveu escolas urbanas e rurais e premiou seis estudantes que deram vida a narrativas de fantasia, memórias familiares e reflexões sobre o passado. Confira os vencedores:
Categoria I (5º ao 7º ano):
- 1º lugar: Diário de um ipê amarelo — Kauan Matheus Paim Bom (6º ano, EM Profª Durvalina Dorneles Teixeira) — profª Leia Cristina Oliveira Santos
- 2º lugar: O caderno da minha vida — João Paulo Alberico Rodrigues (5º ano, EM João Alves de Nóbrega) — profª Simone Gomes da Costa
- 3º lugar: As aventuras da Clara na literatura — Maria Clara Santana de Oliveira (5º ano, EM João Alves de Arruda) — profª Marinalva de Souza
Categoria II (8º e 9º ano):
- 1º lugar: O reino — Esmeralda da Costa de Souza (9º ano, EM Rural Ozório Jacques) — profª Adriana Ortiz de Matos
- 2º lugar: O indígena na floresta — Emerson Pedroso Abicho (8º ano, EM Rural Ozório Jacques) — profª Adriana Ortiz de Matos
- 3º lugar: Tempos antigos — Luciano Fernandes da Conceição (9º ano, EM Rural Ozório Jacques) — profª Adriana Ortiz de Matos
As falas dos estudantes deram o tom emotivo da cerimônia. O primeiro lugar da categoria inicial, Kauan Matheus Paim Bom, contou que seu Diário de um ipê amarelo nasceu da imaginação: “Contei a vida do ipê desde pequeno até florescer e ficar grandão. Estou muito feliz com o prêmio.”
Entre os do 8º e 9º anos, a campeã foi Esmeralda da Costa de Souza, autora de O reino, uma fantasia com mago e árvore encantada. Já o segundo colocado, Emerson Pedroso Abicho, trouxe à literatura a memória de sua família. “Minha história foi baseada em fatos reais, no que ouvi do meu avô. É sobre um indígena que se perdeu na floresta. Até hoje dizem que ele caminha por entre as árvores. Eu não estava confiante, mas quis registrar essa memória, e ganhar foi muito especial.”
O terceiro lugar, Luciano Fernandes da Conceição, também fez da memória uma ferramenta literária. Em Tempos antigos, recriou o cotidiano de outras gerações a partir de conversas com o pai. “Quis mostrar como a vida mudou. Antigamente, as pessoas andavam de carroça, iam a pé, usavam bicicleta. Hoje a gente tem carro e até avião. É importante lembrar do passado. Eu queria o primeiro lugar, mas fiquei feliz de estar entre os vencedores.”
A professora Adriana Ortiz, que orientou os alunos da Escola Rural Ozório Jacques, avaliou o resultado com orgulho. “Eles se reconhecem nas histórias que escrevem, seja ao recriar memórias familiares ou ao inventar mundos fantásticos. Isso fortalece o aprendizado e amplia a confiança de cada um.”
Música – A animação foi noite adentro na Praça da Liberdade, com as apresentações dos cantores Silveira, Begèt de Lucena e do grupo Mulheres de Quinta.
A programação completa está disponível em https://flibonito.com/programacao-2025/
Sobre a FLIB
A 9ª Feira Literária de Bonito acontece entre os dias 17 e 21 de setembro, na Praça da Liberdade, palco da programação oficial do evento que reúne escritores, editoras, estudantes e leitores em uma grande celebração da literatura em suas diversas formas.
O evento é uma realização do Instituto Ìmòlé com apoio da Prefeitura Municipal de Bonito, do deputado federal Vander Loubet, do Ministério da Cultura e do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, além de instituições culturais e empresas parceiras como Sanesul, Energisa, Banco do Brasil e Empresa Gestora de Ativos – Emgea. O projeto foi contemplado pelo Plano Nacional Aldir Blanc – PNAB, por meio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. Desde a publicação do decreto lei estadual nº 6457 de 11 de agosto de 2025, o evento integra o Calendário Oficial de Eventos do Estado de Mato Grosso do Sul.










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